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Tecnologia

Conheça o cara que fez a primeira arma inteligente ativada por implante

Amal Graafstra não é um entusiasta das armas, mas criou na sua garagem aquilo que pode ser uma revolução para o setor.

(Acione as legendas em português clicando no ícone CC no canto inferior direito do vídeo)

Amal Graafstra não é um entusiasta das armas, mas tem uma visão radical do que uma arma de fogo pode ser.

Ele tem trabalhado por conta própria na cena de implantes RFID desde meados dos anos 2000. A missão da sua empresa de biohacking, a Dangerous Things, é "ser a vanguarda de um novo tipo de evolução". Em outras palavras, ele constroi armas de fogo mais inteligentes e seguras por meio de implantes subcutâneos.

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Graafstra cedeu ao Motherboard um olhar exclusivo do protótipo de um de seus mais marcantes projetos pessoais: a primeira arma inteligente ativada por implante que desenvolve em sua garagem nos subúrbios do estado de Washington. Como outros designs de armas inteligentes que já existem, a ideia é que a arma só atire nas mãos de um usuário específico.

Os RFIDs não são novos no mundo das armas inteligentes. São usados nos dispositivos de proximidade que destravam armas de fogo somente quando usuários vestem braceletes ou anéis específicos. Mas nunca antes os RFIDs e as armas se juntaram de maneira tão ciborgue. "São duas tecnologias antigas se juntando de uma nova forma", disse Graafstra.

"São duas tecnologias antigas se juntando de uma nova forma"

A ideia de Graafstra mira em um dos maiores problemas que assolam a tecnologia das armas inteligentes: confiabilidade. Quem critica a tecnologia costuma dizer que as armas inteligentes ainda não estão prontas para funcionarem 100% do tempo. Se as suas mãos estiverem suadas, o leitor biométrico da sua arma inteligente vai reconhecer você? E se você não encontrar o anel de proximidade? E se você se atrapalhar na hora de colocar a sua pulseira na hora que mais precisa da arma?

O sistema ativado por implantes de Graafstra contornaria esses problemas de confiabilidade, já que a arma faria parte de você – e você seria parte da arma. Ao empunhar a arma, ela lê o seu implante RFID subcutâneo que fica sob a pele entre o dedo indicador e o polegar, destravando o gatilho. A arma não atira nas mãos de alguém sem o implante.

É um conceito particularmente controverso. Graafstra sabe que grande parte dos entusiastas de armas também teme que o governo possa algum dia instituir registro de armas e medidas de controle civil por meio de implantes de chips. Mas Graafstra pretende apresentar sua inovação nas armas de fogo para os fabricantes de qualquer forma, esperando conseguir financiamento para aumentar a produção.

"Ser capaz no estado de Washington de entrar em uma loja de armas, dar a minha identificação e, 15 minutos depois sair de lá com um rifle, não é exatamente o melhor sistema para comprar isso de uma hora pra outra", Graafstra disse. "É por isso que eu acho que o conceito de arma inteligente é importante, porque eventualmente nós seremos capazes de controlar quem pode operar uma arma depois que ela sai da loja".