Como os Vitorianos Usavam o 3D

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Tecnologia

Como os Vitorianos Usavam o 3D

O estereoscópio era o Oculus Rift do século 19.

James Robinson, The Death of Chatterton 1859. Crédito: Tate Britain/Coleção Dr. Brian May

Esta imagem poderia muito bem ser uma captura de tela de um jogo de Oculus Rift, mas data da metade do século XIX. É um exemplo de fotografia estereoscópica, a moda de imagens 3D da era vitoriana.

A princípio, essa forma de arte esquecida funciona da mesma maneira que o 3D estéreo de hoje; duas imagens da mesma cena são produzidas a partir de ângulos ligeiramente diferentes, mas, quando vistas juntas, são processadas pelo cérebro como uma só imagem, com uma ilusão de profundidade.

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Michael Burr, Hearts are Trumps 1866. Crédito:Tate Britain/Coleção Dr. Brian May

As fotografias em questão eram conhecidas como estereogramas, e o museu Tate Britain, em Londres, está com uma nova exposição de trabalhos pioneiros no gênero, das décadas de 1850 e 1860. O título da exposição, "Poor Man's Picture Gallery: Victorian Art and Stereoscopic Photography" ("A Galeria de Fotos do Homem Pobre: Arte Vitoriana e Fotografia Estereoscópica"), é uma referência aos tipos de imagem que eram populares àquele tempo: fotógrafos montavam cenas de pinturas famosas usando gente de verdade e as coloriam a mão, buscando uma forma de trazer as belas artes ao povo.

As imagens eram vistas através de um instrumento chamado estereoscópio, que possui duas lentes para focar as imagens distintas. Uma imagem se sobrepõe a outra, e elas se fundem em uma só. Talvez você tenha vivido essa experiência com slides de um projetor View-Master, que é apenas uma versão mais moderna do estereoscópio.

O Tate explica que, apesar das imagens terem circulado às dezenas de milhares, hoje elas são bastante raras, pois na época eram consideradas descartáveis. As que estão disponíveis na exposição vêm da coleção do astrônomo Brian May, que você provavelmente deve conhecer como guitarrista do Queen.

A técnica pode ter sido considerada uma alternativa para "o homem pobre" às galerias, mas a fotografia estereoscópica é um lembrete de que ver coisas em 3D era algo que cobiçávamos muito antes das TVs e da realidade virtual transformarem o 3D em um termo descolado – e de que a tecnologia, nas suas origens, não mudou muito desde aquela época.

Tradução: Stephanie Fernandes