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Tecnologia

Como o Sistema de Semáforos de Los Angeles Foi Hackeado

Desligando apenas quatro semáforos da cidade, dois funcionários públicos causaram o caos por dias.

Lembra da cena do filme Uma Saída de Mestre em que o personagem de Michael Caine invade um sistema de controle de tráfego, causando um caótico congestionamento que paralisa toda a cidade de Turim? Bem, tirando a incrível cena de perseguição que se segue, seria possível transformar esse pedaço de ficção em realidade, quase 50 anos depois?

No episódio de estreia de nossa série em três partes chamada “Phreaked Out”, relembramos um dia em agosto de 2006, quando dois engenheiros de tráfego de Los Angeles, Kartik Patel e Gabriel Murillo, acessaram remotamente o sistema de controle de trânsito da cidade e perturbaram a sequência de semáforos de quatro dos principais cruzamentos locais, como parte de um protesto sindical.

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Apesar de haver poucas evidências do ataque, isso teria provocado um engarrafamento que durou dias. Em 2009, Patel e Murillo foram presos pelo crime, que continua sendo um lembrete de que a cidade de Los Angeles, assim como incontáveis outras metrópoles, dependem em certo grau de sistemas de controle computadorizados e conectados à internet vulneráveis à exploração.

A cidade de Nova York, por exemplo, recentemente teve seu sistema de controle de tráfego invadida por um especialista em segurança que – usando um hardware de US$ 100 – expôs falhas alarmantes nos sensores que controlam os semáforos da cidade.

Apesar de o foco aqui ser os semáforos, outros mecanismos conectados que mantêm as cidades funcionando podem apresentar brechas similares. Qualquer sistema conectado a internet é potencialmente vulnerável, incluindo aqueles que controlam represas, usinas elétricas e outros sistemas com hardware que frequentemente podem ser encontrados em ferramentas de busca, como o Shodan.

Alguns hackers argumentam que sem a pública – e às vezes não autorizada – invasão desses sistemas, vulnerabilidades continuariam existindo para e pessoas com outras intenções poderiam usá-las. Fazer com que tais brechas sejam públicas pressiona as agências e empresas a criar soluções e tecnologias mais seguras, além de forçar o governo a atualizar antigos e desatualizados sistemas.

Tradução: Marina Schnoor