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Tecnologia

​Como a Pele do Bicho-Preguiça Pode Revolucionar a Medicina

Pesquisadores médicos estão em busca da próxima geração de curas e tratamentos ao cutucar a caixinha de remédios da natureza: a selva.

Ao passo em que caminhamos em direção a um futuro pós-antibióticos – o que é ruim – pesquisadores médicos estão em busca da próxima geração de curas e tratamentos ao cutucar a caixinha de remédios da natureza: a selva.

Trata-se de um lugar tão verdejante que até mesmo as figueiras tem vespas morando nelas. Um ambiente tão competitivo que é assim que as vespas morrem, deixando corpos crocantes nos seus biscoitinhos de figo (supostamente).

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Mas em meio à assoberbante fornicação e assombroso crescimento da selva, está uma das criaturas mais calmas da natureza: o humilde bicho-preguiça. Como Thomas Morton, correspondente da Vice News explica, "preguiças, nomeadas em todas as línguas possíveis pelo pecado de serem imprestavelmente preguiçosas, são tão preguiçosas que podem acabar nos salvando".

Como havia escrito em janeiro:

Pesquisadores que deram uma boa olhada nos bichos-preguiça que populam o Panamá descobriram que, entre a fauna e flora de seus pelos, crescem fungos resistentes às bactérias causadores da malária, que causam surgimento de células de câncer mamário em humanos, e uma série de bactérias patogênicas.

Os pelos [dos bichos-preguiça] foram cortados e cultivados, onde os fungos poderiam crescer durante semanas e então serem examinados de perto.

O resultado foi de 84 fungos isolados, alguns os quais, acreditam os pesquisadores, nunca foram vistos até então. Valendo-se de acetato de etilo para fazer extratos dos fungos, foram encontrados dois extratos que inibiam o crescimento de um dos parasitas que causa malária em humanos, oito que inibem o tripanossomo causador da Doença de Chagas, e outros 15 altamente ativos contra o grupo de células MCF-7 associado ao câncer mamário.

A próxima geração de medicamentos pode estar crescendo nas costas imóveis de uma preguiça agora mesmo.

CRÉDITO DA CAPA: WIKIMEDIA COMMONS

Tradução: Thiago "Índio" Silva