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Tecnologia

Cientistas Filmaram o Sistema Nervoso Completo da Mosca-da-Fruta

O material fluorescente pode ajudar a entender como o cérebro e o sistema nervoso atuam juntos.

Cientistas americanos descobriram, nesta semana, como capturar em tempo real a atividade de um sistema nervoso central não-transparente.

Pesquisadores do Howard Hughes Medical Institute, em Virginia, testaram a técnica pela primeira vez na larva da Drosófila, a mosquinha-da-fruta – às vezes chamada de "mosca do vinagre". A pesquisa foi publicada em um artigo recente na Nature Communications.

O vídeo a seguir mostra a descarga de neurônios através da larva da mosca da fruta enquanto ela rasteja para frente e para trás. As imagens foram feitas cinco vezes por segundo até uma hora em alta resolução de última geração.

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Os pesquisadores capturaram o vídeo por meio de um microscópio de luz capaz de obter imagens simultâneas de visualização múltipla em velocidade recorde e um sistema de computadores que as analisa e transforma em imagens tridimensionais.

"Está ficando cada vez mais evidente que, para compreender o modo como a rede neuronal funciona, é importante medir a atividade da rede neuronal em nível de sistema", o artigo conclui. "Nosso método permitiu, pela primeira vez, obter a imagem da atividade no contexto de todo o Sistema Nervoso Central."

A larva foi modificada geneticamente para fluorescer seus neurônios quando ativados. Isso permitiu que os cientistas conectassem os neurônios no cérebro junto dos programas motores que desejavam ativar na medula espinhal – em outras palavras, os comandos que controlam os músculos no sistema nervoso. Tal método possibilita estudar a forma como o cérebro e os nervos funcionam de modo simultâneo para gerar comportamento.

Philipp Keller, um dos principais cientistas envolvidos no estudo, falou ao Guardian: "Estamos curiosos para ver a atividade neural enquanto os comportamentos são produzidos. Ao obter imagens de partes diferentes do sistema nervoso ao mesmo tempo, podemos ver como comportamentos são controlados e, então, produzir modelos de como funcionam."

O método abriu as portas para a possibilidade de análises futuras em organismos maiores; os cientistas esperam passar para o próximo teste em peixes-zebra e embriões de camundongo.

Tradução: Amanda Guizzo Zampieri