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Tecnologia

Cartéis Estão Usando Drones para Contrabandear Metanfetamina

Como a polícia vai conseguir pegar uma mula de drogas robotizada?
​Crédito: Polícia de Tijuana

​Por ora, manchetes como "drone carregando​ metanfetamina colide na fronteira" mal causam espanto. Nós já vimos drones sen​do usados para contrabando antes. O desafio que a lei enfrenta agora é encontrar um jeito de rastrear quem quer que os esteja operando.

Cartéis de drogas estão ficando ainda mais ​criativos sobre como eles traficam drogas – desde submarinos, túneis, catapultas, drogas liquefeitas s​endo colocadas no corpo das pessoas e coisas assim – mas drones, mais do que qualquer outra tecnologia, parecem unicamente feitos para a tarefa. Eles são baratos, rápidos, podem voar de forma autônoma e eles são (normalmente) reutilizáveis.

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Por isso que não é surpresa que a polícia de Tijuana tenha encontrado um drone carregando mais de 2,7 quilos de metanfetamina ontem. Nós já vimos isso antes, pelo mundo todo: russos usaram drones par​a contraba​ndear cigarros, e pequen​os traficantes nos​ EUA usaram drones para derrubar pequenas quantidades de drogas em quintais de prisões várias vezes.

O problema que a polícia tem enfrentado é o fato de que eles não têm ideia de quem está operando esses drones. Não houve um caso que eu saiba em que o operador de um drone traficante foi realmente pego.

"O tipo de drone no ar é aquele que pode ser pilotado usando um sistema de GPS para ser detectado e levado ao destino de forma autônoma e ele pode anexar diferentes objetos para serem derrubados", escreveu a polícia de Tijuana em um post no Facebook​. "Isso foi uma tentativa de enviar [as drogas] de uma parte da cidade para outra ou para outra cidade além da fronteira".

A polícia chamou essa técnica de uso de "mulas cegas", porque eles podem ser configurados automaticamente e, então, quem quer que esteja pilotando pode basicamente sair despercebido. O tipo de drone usado, um DJI ​Spreading Wings 900, é popular entre fotógrafos profissionais e custa 1.400 dólares. Não vem com um sistema de GPS de piloto automático, mas um sistema separado pode ser instalado nele, como foi nesse caso.

Existem muitos dispositivos populares de piloto a​utomático de GPS. Alguns deles têm histórico de voo que pode ser baixado do drone, outros não.

Isso pode ser o próximo conflito no atual debate sobre privacidade: os dados de voo deveriam ser encriptados? A aplicação da lei ou a Administração Federal de Aviação deveriam poder rastrear onde você voou seu drone por causa de alguns agentes ruins?

Já houve uma chamada de alguns pesquisadores para encriptar os dados que passam entre controladores de voo e os próprios drones, porque hackers podem (e têm,​ em situações controladas) roubado sinal e tomado controle de drones de terceiros. O medo aqui é que os drones possam ser roubados e intencionalmente pilotados até alvos importantes ou intencionalmente pilotados em um avião. Pode ser uma ideia absurda, mas é teoricamente factível. (Imagine um enxame de drones programados para voar por rotas aéreas de um grande aeroporto, por exemplo.)

É claro, pela postagem da polícia de Tijuana, que a aplicação da lei é discutida aqui – a polícia não parece ter domínio sobre isso e não há razão real para suspeitar que os dados de voo poderiam ser úteis: um cartel que varia suas rotas de voo, pontos de aterrissagem e que vai embora logo depois de começar o lançamento de um drone não deixaria nenhuma pista aproveitável para uso da polícia.

Então, sim, outro drone carregando drogas colidiu, mas certamente não será o último. Não há ação clara da lei para ser tomada, então por que os carteis parariam de fazer voá-los?