A Energia do Futuro Virá do Mar e do Lixo

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Tecnologia

A Energia do Futuro Virá do Mar e do Lixo

Ondas e metano moverão o amanhã.

Ambientalistas têm proclamado a necessidade de energias renováveis há muitas décadas. Mas você não precisa ser um hippie abraçador de árvores para perceber que a civilização como a conhecemos não pode depender de petróleo e do carvão para sempre e que certamente não está sendo benéfico ao clima continuar a enviar gás carbônico na atmosfera. De fato, grandes negócios finalmente receberam a mensagem, e a maior ​empresa​ de capital aberto do mundo, está liderando a compra de energia solar o suficien​te para abastecer todas as suas operações no estado da Califórnia – onde é baseada.

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Certamente, não é apenas a energia solar que está ajudando a sociedade a mudar sua dependência por combustíveis não renováveis e poluentes. Como mostra este episódio da Fábrica de Invenções apresentado pela GE, atualmente, cientistas de todo o mundo estão aperfeiçoando técnicas para extrair energia das ondas marinhas e do lixo.

A ideia de utilizar lixo sólido como combustível existe há mais de um século, com os  primeiros incineradores aparecendo na Inglaterra e na Europa durante a parte final da Revolução Industrial. Mas queimar lixo para produção de combustível não é algo sustentável – a técnica gera um grande número de subprodutos tóxicos, e as pessoas rapidamente começaram a criticar o cheiro repugnante vindo das plantas de produção. Regulamentações mais severas referentes à qualidade do ar também ajudaram a diminuir o uso de incineradores – apesar de que alguns modelos mais novos, mais eficientes e supostamente mais favoráveis ao meio ambiente estejam ​ganhando espaço mais uma vez nos Estados Unidos.

Entretanto, há outra maneira de produzir combustível por meio do lixo: acumulá-lo em aterros sa​nitários, onde ele irá se decompor e produzir biogás. Uma mistura feita principalmente dos fedorentos ​metano e dióxido de carbono, o biogás é um subproduto de ​bactérias que consomem lixo as quais vivem em ambientes com pouco ou nenhum oxigênio, tais como aterros ou pântanos. A ideia de utilizar essas bactérias de ocorrência natural para produzir biogás, que pode então ser capturado e queimado como uma fonte de combustível, surgiu ​no final do século 19 na Índia. Mas o método não se popularizou no Ocidente até ​o início dos anos 80, mais ou menos na mesma época em que incineradores estavam deixando de ser usados graças à regulamentações ambientais mais severas.

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O biogás é produzido de qualquer maneira sempre que o lixo se decompõe nos ambientes com pouco oxigênio em profundos aterros. Antes desta época, era  ​simplesmente queimado como resíduo e/ou liberado diretamente na atmosfera, onde mais uma vez, contribuía para o conjunto de emissões e para o aquecimento global. Estimuladas por regulamentações, as empresas começaram a investir em tecnologias mais avançadas de captura de gás em aterros sanitários, tais como os ​motores Jenbacher​fabricados pela GE. Atualmente, há mais de 600 projetos de captura de gás em aterros em 48 estados dos EUA, produzindo energia suficiente para fornecer eletricidade para 1,2 milhão de casas, de acordo com ​a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos.

Enquanto a tecnologia para usar o gás em aterros se desenvolveu bastante e é agora uma fonte significativa de geração de energia, o poder de uma outra fonte de energia renovável, a das ondas marinhas, está apenas começando a ser explorado. De certa forma, isso parece contra-intuitivo. Desde que os primeiros humanos andaram na Terra, é evidente que o oceano é uma das mais poderosas forças da natureza neste planeta, nos fornecendo comida e condições climáticas e, ao mesmo tempo, ocasionando devastação em massa na forma de furacões e tsunamis. Rodas hidráulicas situadas em rios foram um conhecido recurso da Revolução Industrial na Europa, e represas têm sido usadas como estações de gerações de energia há mais de um século. Então por que ainda não fomos capazes de utilizar o oceano como uma fonte de energia mecânica?

Por duas razões interligadas: a tecnologia ainda não está desenvolvida o bastante e o próprio oceano é um ambiente extremamente desafiador para ser colocado em operação. As mesmas forças que fazem do oceano uma atraente fonte de energia também o tornam imprevisível e potencialmente prejudicial a qualquer equipamento de geração de energia que possa vir a ser instalado no mar. Somente em 2008 que a primeira "fazenda de ondas" comercial do mundo começou a operar – a Pelamis, instalada no mar de Portugal – e ela  ​fechou apenas alguns meses mais tarde devido a numerosas falhas técnicas e operacionais. Chegar a uma conclusão de qual seria o design ideal para um gerador de energia de ondas marítimas é um dos ​principais desafios. Qual forma física deveria ter: uma plataforma? Uma cobra ondulante? Uma boia flutuante? Todas já foram ou estão sendo experimentadas com resultados variados.

Contudo, atualmente temos muitas plataformas petrolíferas no mar e fazendas eólicas nos oceanos estão sendo desenvolvidas. Então, fazer com que uma fazenda de ondas no mar funcione não deve ser impossível. De fato, grandes empresas estão abrindo o caminho e enfrentando os desafios de frente. O projeto Carnegie também tem como objetivo dessalinizar a água e produzir uma nova fonte de água doce, outro recurso que já está  ​quase se tornando escasso em algumas áreas muito populosas do mundo.

Apesar de a produção de energia das ondas estar apenas no início e do impacto relativamente recente da transformação de gases de aterros sanitários em energia, é muito importante para o futuro da vida na Terra que empresas continuem desenvolvendo e refinando ambas tecnologias.