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A Coreia do Norte troca comida por testes nucleares

Uma explosão diferente de estômago.

As notícias sobre a Coreia do Norte não param e Kim Jong-Un afirma-se, cada vez mais, como o “Brilhante Camarada”. O jovem de 30 anos que viveu na Suíça (e que é casado com uma antiga cheerleader e fã do Michael Jordan) levou a Coreia do Norte para o século XXI — e para o espaço. No início de Dezembro, Kim conseguiu colocar um satélite em órbita pela primeira vez (depois de 14 anos de tentativas) e, no início de Janeiro, recebeu uma comitiva com Eric Schmidt, CEO da Google, e Sophie, a sua querida filha.

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Sophie, por sua vez, fez até uma página a contar tudo, relatando detalhadamente a viagem de uma americana que descobre um mundo perdido — como quando escreve sobre os “arranjos florais falsos” ou quando se pergunta, em relação às mulheres-polícia de Pyongyang: “Como contar a alguém que é um fenómeno no YouTube quando essa pessoa nem sabe o que é a internet?” O seu olhar de miúda ocidental revela-se ainda mais limitado quando diz que a sala de computadores da exigente Universidade Kim Il-Sung é uma “e-Potemkin” e que os estudantes pareciam “figurantes”. São, na verdade, este tipo de comentários que fazem com que as crianças norte-coreanas sonhem em lutar pela sua Grande e Próspera Pátria.

Mas como o país aberto ao mundo que a Coreia do Norte é, ela está agora no mapa, ou melhor, no Google Maps e qualquer um pode ver os vastos mantos de neve branca. Porém, além dos monumentos mais emblemáticos, podem ainda ser encontrados os famosos campos de trabalho voluntário em regime de co-working e uma rua de nome Gulag, para que as memórias não se apaguem.

Depois do lançamento do satélite meteorológico norte-coreano, os americanos pediram logo à impiedosa ONU que aumentasse as já duras sanções contra a grandiosa Nação, tentando evitar o desenvolvimento e prosperidade do Povo. Porém, o Supremo Comandante, na sua escrupulosa visão estratégica para “proteger a segurança e a soberania nacionais da hostilidade imprudente dos EUA”, voltou a pôr a sua República Popular Democrática no mapa dos países com capacidade nuclear após ter realizado, no dia 12, o maior dos três testes nucleares subterrâneos (quase sete quilotoneladas de TNT, uma semi-Hiroshima). E até dá para ver no Google as montanhas onde tudo aconteceu.

Este grande programa nuclear

é, sem dúvida, o melhor sinal que os norte-coreanos poderiam ter. Afinal de contas, acabava este mês o acordo feito com Obama que prometia 240 mil toneladas (mais extras) de comida em troca do fim dos testes nucleares. Pois bem, agora já podem voltar a negociar por mais sacos de arroz.