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Ciclos

Semáforos e sistemas inteligentões para aliviar o tráfego

O futuro da mobilidade com semáforos inteligentes, carros que dirigem sozinhos e redistribuição do trânsito com ajuda de apps.

Ilustração: Issao Nakabachi

'Esta matéria faz parte do projeto Ciclos, uma série sobre mobilidade urbana feita pela VICE em parceria com o Itaú.'

Num tempo em que nossas rotas são, em sua maioria, guiadas por apps de localização e dados sobre o trânsito, não é difícil imaginar um mundo ideal em que o seu caminho de todo dia pode ser melhor orquestrado com sistemas inteligentões, né?

Aqui no Brasil, a coisa já começou, de leve, pelo alto, os nossos semáforos. É o caso de Santos, cidade no litoral de São Paulo, que, em setembro de 2016, instalou alguns semáforos inteligentes em pontos estratégicos para agilizar o fluxo — tudo por meio da troca de dados com uma central de monitoramento. O funcionamento lembra muito um aplicativo de trânsito: analisa o tráfego em tempo real e, com base na contagem de veículos, toma decisões rápidas para desafogar as regiões mais encalacradas.

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Essa prática, porém, é só o começo do que está por vir. Nos Estados Unidos, o pessoal do MIT Senseable City Laboratory, da Universidade de Massachusetts, desenvolve altas tecnologias e aplicações alinhadas às necessidades urbanas e ao modo de vida da população. É uma espécie de laboratório científico do trânsito. Dali, a partir da união de pesquisadores e corporações, surgem novas maneiras espertas de tornar nossas ruas e avenidas mais fluídas.

O projeto mais notório do laboratório, por ora, é o Light Traffic. Com atributos semelhantes ao gerenciamento de tráfego aéreo, o sistema acompanha as informações em tempo real de velocidade, intenção de movimento e cruza essas infos com os dados das vias criando cálculos que otimizam o deslocamento dos veículos. Segundo os criadores do sistema, a tecnologia pode dobrar a capacidade do fluxo de qualquer cruzamento, até mesmo em cidades abarrotadas como São Paulo e Cidade do México.

Professor e diretor do MIT Seanseable, o arquiteto e engenheiro italiano Carlos Ratti, nos conta que os semáforos tradicionais possuem uma tecnologia criada há 150 anos concebida originalmente para o tráfego de carruagens. A concepção do Light Traffic, por sua vez, fala Ratti, surgiu através dos questionamentos sobre como o advento e difusão de autonomia pode substituir os semáforos atuais, reduzindo filas e atrasos.

"Gostamos de pensar que no futuro haverá mais opções de transporte – não menos", afirma Carlos. O professor acredita que a tecnologia de carros autônomos, aqueles que são movidos por sistemas digitais sem motoristas, pode aumentar o compartilhamento e impactar o estilo de vida urbano, diminuindo a distinção entre privado e público quando o assunto é transporte. Não à toa, o próprio laboratório mantém outro projeto baseado no controle do tráfico digital interativo: o   DriveWAVE, que estuda e descobre caminhos para carros autônomos monitorados pelo sistema.

O pesquisador comenta que estudos do MIT mostram  como  a demanda de mobilidade hoje numa cidade como Singapura – que é a primeira cidade do mundo a oferecer uma frota de táxis de carros autônomos – pode ser melhorada pela fração de números de carros em uso atualmente, considerando a cultura de compartilhamento, inclusive os de carros autônomos.

A mobilidade é um dos principais interesses do LAB. Carlos nos apresenta um recente estudo, o HubCab, que permite explorar de forma interativa mais de 170 milhões de trajetos feitos por táxi na cidade de Nova York em um ano.

Os esforços desses estudos certamente apontam que o uso da tecnologia no trânsito promove fluidez e o torne mais eficiente, a ponto em que os caminhos e paradas não facilitem apenas o indivíduo, mas que evolua e impacte o trânsito, as interações nos espaços urbanos e o estilo de vida de toda população.

Acesse o site www.projetociclos.com.br  e assista ao documentário sobre mobilidade urbana que fizemos em parceira com o Itaú.