FYI.

This story is over 5 years old.

Tecnologia

Para Ray Kurzweil, Imprimiremos Nossas Próprias Roupas em Menos de 10 Anos

O autoproclamado futurólogo do Google aposta (e muito) no futuro da impressão 3D.

Impressão 3D é o tipo de novidade que não para de gerar assunto. Na China, já há fábricas que se utilizam do equipamento. Nos EUA, a UPS está fornecendo serviços de impressão e MakerBots serão instaladas em todas as escolas americanas, fora a polêmica envolvendo revólveres, revólveres e mais revólveres.

E não é por menos. Ray Kurzweil, autoproclamado oráculo da tecnologia, afirmou na recente conferência Google I/O que esta tendência, parcialmente resultado do ciclo das bolhas econômicas, deve ser levada a sério, pelo menos no que diz respeito à indústria da moda.

Publicidade

Apresentando gráficos mais do que otimistas, Kurzweil presume que, em menos de dez anos, será possível imprimir suas próprias roupas open source por apenas alguns centavos.

E Kurzweil provavelmente estará certo, assim como o tem sido em muitas de suas outras previsões estudadas sobre o que o futuro nos aguarda no âmbito da tecnologia. Segundo ele, são três quartos de previsões exatas.

Atualmente, máquinas para a confecção de roupas digitais como a OpenKnit já estão disponíveis a preços acessíveis. Com cerca de $700 pode-se montar sua própria OpenKnit, no melhor estilo “faça você mesmo”. Naturalmente, você pode também imprimir algumas partes para montar seu tear digital em uma impressora 3D.

Também já está disponível online um acervo digital de padrões open source. Chamado Do Knit Yourself, ele conta atualmente com quatro modelos com um quê de Matrix, mas que, contudo, parecem protótipos viáveis. Imagine o que poderia acontecer com milhões de dólares em pesquisa, desenvolvimento, aperfeiçoamento a melhores impressoras e sotwares.

Um dia, imprimir roupas será tão fácil quanto pedir hambúrguer com batata frita de seu smartwatch. Você imprime uma camiseta verde, veste um dia, joga no reciclador e imprime uma camiseta azul para o dia seguinte.

A impressão a preços acessíveis de meias e roupas íntimas não parece uma realidade tão distante, exceto pelo fato de que a indústria da moda, obviamente, não está nem um pouco confortável com a ideia de designers estreantes e fashionistas mudando a maneira de que fazemos e compramos roupas. Uma empresa de moda inclusive já fez com que a OpenKnit editasse seu vídeo promocional, removendo sua aparição.

Publicidade

Segundo Kurzweil, empresas transnacionais não estão interessadas no assunto porque, assim como outras indústrias, têm medo de que suas finanças sejam afetadas – medo de que, de algum modo, dar às pessoas a habilidade de criar suas próprias roupas destrua a indústria. Do mesmo jeito que a máquina de costura doméstica destruiu, talvez?

O oráculo da tecnologia frisou que, assim como outras indústrias, as grandes marcas da moda deverão se acostumar à ideia de que terão de mudar, evoluir e criar produtos novos e melhores que agreguem um valor maior – fundamento básico de uma empresa capitalista.

Afinal de contas, não é porque posso montar um computador (e, de fato, montei todos que já tive) que terei o tempo e os recursos necessários para criar os hardwares mais modernos disponíveis na atualidade. O mesmo vale para a moda.

Imprimir meias e roupas íntimas pode até fazer com que, um dia, fazer calças jeans se torne coisa tão simples quanto fazer torradas, mas, pelo menos nos países ricos, ainda vamos comprar roupas de neve e smokings de outra pessoa.

Tradução: Pedro Taam