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O teu cão está cheio de porcarias e de doenças

Será que ele é mesmo o teu melhor amigo?

Ilustração por Mimi Leung Estudos recentes mostram que partilhar um gelado com o vosso cão ou deixar que o vosso gato faça uma sesta no vosso colo não é só pouco higiénico: também vos pode matar. Portanto, parem já com isso. Uma pesquisa publicada na Emerging Infectious Diseases em Novembro afirmou que o número de infecções zoonóticas — doenças transmitidas entre animais e humanos — está a aumentar e algumas delas fazer-vos-ão adoecer tão rapidamente que a morte é uma certeza. Estes tipos de doenças são espalhados por parasitas, fungos, bactérias e vírus que não originam de pombos, ratos ou da restante escumalha animal: vêm, sim, dos corpos quentinhos dos nossos adorados animais de estimação. Segundo Michael Day, autor do estudo e professor de patologia veterinária na Universidade de Bristol, “como os cães e os gatos se mudaram das quintas para os quartos, as potenciais doenças para os humanos aumentaram”. O Michael prevê que a próxima ameaça à saúde global possa ser um super-vírus e a culpa é dos nossos animais caseiros. “Correntes de bactérias resistentes a antibióticos — tal como a Staphylococcus aureus (MRSA), que sobrevive à meticilina — estão a aumentar e a causar problemas nos hospitais", acrescenta. A MRSA, que consegue sobreviver quer em humanos, quer em animais, é transmitida através de contacto físico e os sintomas incluem tumores cutâneos dolorosos e fungos nas axilas ou no rego. Estes sintomas podem ainda tornar-se em infecções de sangue e em pneumonias, doenças que são potencialmente mortais. Outra coisa não tão fixe que os vossos animais podem transmitir é a leishmaniose aguda, uma doença canina que afecta, actualmente, mais de 500 mil pessoas por todo o mundo. A leishmaniose pode manifestar-se em infecções de parasitas no fígado, baço e medúla óssea, cujos sintomas são febres, úlceras, inchaços interinos e, se não forem tratados, uma morte lenta e dolorosa. Um artigo publicado em 2010 no jornal Eurosurveillance sublinha que o impacto da doença tem vindo a ser "demasiado subestimado", apelidando o flagelo como uma das mais mortíferas ameaças à saúde na Europa. O mesmo trabalho afirma, igualmente, que a transmissão desta doença assume uma taxa de risco a duplicar nas pessoas que decidem andar de avião com os seus cãezinhos. E não nos devemos esquecer da toxoplasmose, uma infecção que causa inflamações internas, convulsões e a morte. A toxoplasmose é um resultado comum à exposição excessiva aos dejectos de ratos. Segundo o Centro de controlo de doenças, há mais de 60 milhões de pessoas infectadas, e só nos EUA. A raiva, essa velha amiga, também tem vindo a aumentar. Transmitida, sobretudo, através de mordidelas de cães, as infecções desta doença causam cerca de 55 mil mortes por ano, especialmente na Ásia e em África. Além do estereótipo de fazer alguém espumar da boca, a raiva também pode resultar em paralesia, ansiedade, alucinações e delírios. Ah, e provoca a morte de 99 por cento dos doentes que não receberem qualquer tipo de tratamento. Ou seja, por amor da santa e do bem-estar da humanidade, deixem de dar linguados aos vossos caniches, meus cabrões!