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O novo 'Castlevania' da Netflix impressiona na primeira mordida

Apesar de acertar em muitos pontos, fãs mais fervorosos dos games de vampiro não devem saciar a sede de sangue.

Esta matéria foi originalmente publicada no Waypoint.

Esperei o ano inteiro por isso e, no fim das contas, a série é nada mais do que quatro episódios de 25 minutos. É isso que recebemos. Tenho que admitir, fiquei um pouco abalado com o que vi no Castlevania da Netflix – mas sendo um fã das antigas, tenho plena noção de que poderia ter sido muito pior.

Eu amo Castlevania. Eu curto até os jogos do Nintendo 64 sem um pingo de ironia. Na real, eu não piro nos dois jogos 3D pro PlayStation 2 e não odeio completamente o Lords of Shadow 2. Mesmo assim, fiquei preocupado que a nova série animada na Netflix decepcionasse. Mesmo depois de ficar sabendo que o escritor Warren Ellis e o produtor Adi Shankar estavam por trás do projeto, e que a história seria baseada na narrativa de Castlevania III: Dracula's Curse (o primeiro jogo da franquia que tem personagens bem definidos), ainda estava com medo do resultado final.

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E cá estamos hoje, quatro episodiozinhos depois, e assumo que quero mais. O que é ótimo, é claro. Mas também é um sinal de que a primeira série animada de Castlevania não me deixou suficientemente satisfeito, até agora.

É fácil assistir à série inteira, mesmo se você for desses que não sabe a diferença entre Grant Danasty e Rinaldo Gandolfis, já que reservaram um episódio inteiro para explicar os motivos do Drácula e mostrar o mundo de religiosos raivosos e bestas satânicas no qual ele vive. Raramente a série faz apenas "fan service", encaixando uma referência ou outra da história de Castlevania, mas nada que faça com que o fãzão dentro de você comece a gritar e apontar empolgadão pra TV.

Acima: Teaser do novo Castlevania da Netflix

Também não fizeram cabeças voadoras de medusa ou candelabros sendo esmurrados por aí, mas a série da Netflix de fato mostra um Belmont lutando contra o exército do Drácula com um chicote, e a história é contada de um jeito que qualquer pessoa com todo tipo de conhecimento sobre Castlevania possa se interessar. E, rapaz, o bicho é ridiculamente violento às vezes, mais até do que qualquer jogo da franquia. Não passa um episódio sequer sem alguém ser desmembrado violentamente.

É uma pena, no entanto, que tudo acabe justamente quando as coisas estão ficando boas. A impressão que fica é que os quatro episódio funcionam apenas como um prólogo para uma temporada maior, do que uma temporada completa por si só.

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A grande decepção de Castlevania é a trilha sonora. Trevor Morris, que já ganhou um Emmy, é o cara responsável pela música, e seus trabalhos passados incluem séries como The Tudors, Vikings e Punho de Ferro – mas além da sequência de abertura de cada episódio, as músicas não se assemelham à trilha lendária de quase 30 anos de games.

São apenas trilhas básicas de orquestra, que tentam ser "épicas", mas funcionam mais como música ambiente, ficando muito distantes das trilhas memoráveis pelas quais a franquia Castlevania é conhecida. Era só pegar uma cena emocionante com o Drácula enquanto toca "Bloody Tears" ao fundo que todo mundo curtiria demais.

Os quatro episódio de Castlevania são, sem dúvidas, divertidos de assistir e eu quero assistir a mais. Não só mais episódios, mas mais Castlevania em geral, visto que a segunda temporada já está confirmada. Quero ver mais Belmont tretando com o Drácula. Quero ver músicas incríveis. Na moral, quero ver até mesmo umas cabeças voadoras de medusa. Qualquer coisa que faça essa ótima proposta ficar ainda melhor e mais próxima dos jogos icônicos que a inspiraram.

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