‘Os Ocultos’ não deu o que os fãs mais queriam em 'Assassin’s Creed Origins'
Imagens: Ubisoft/Reprodução.

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‘Os Ocultos’ não deu o que os fãs mais queriam em 'Assassin’s Creed Origins'

Expansão vacilou ao deixar de fora um acontecimento importante de 'Assassin's Creed II'.

Aviso: O texto contém spoilers de Assassin’s Creed Origins.

Depois de umas belas e necessárias férias, a série Assassin’s Creed voltou em 2017 com Assassin’s Creed Origins — um prequel ambientado no Egito antigo. Para muitos jogadores, isso significa dar uns rolês pelas pirâmides, mas pros fãs de longa data, a ambientação também tem uma ligação direta com Assassin’s Creed II.

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No segundo jogo da série, lançado há quase dez anos, uma câmara secreta na mansão dos Auditore exibe estátuas de diversos membros da irmandade de assassinos que ficaram notórios por seus feitos. Uma delas representa uma tal de Amunet, uma assassina egípcia cujo grande feito era ter matado Cleópatra.

Já em Assassin’s Creed Origins, Cleópatra é uma personagem bem crucial na história e com a qual o jogador interage constantemente. Assim, quem sempre foi fã assumido da série (como euzinho aqui) estava esperando que o clímax do jogo fosse justamente o assassinato da rainha do Egito.

É fácil de acreditar que o jogador mataria a Cleópatra, porque seria um daqueles momentos em que Assassin’s Creed consegue ser mais da hora: quando o jogo não só nos transporta para um período histórico, como também nos faz participar de eventos que só lemos nos livros de história (dando aquelas distorcidas históricas básicas pra ficar mais legal em um videogame). Foi assim quando assassinamos um papa, em Assassin’s Creed II, ou presenciamos a queda da Bastilha na revolução Francesa, em Assassin’s Creed Unity.

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Só que AC Origins corta o barato de todo mundo ao não entregar esse momento específico da história do Egito. Pra piorar e agonizar os fãs mais fervorosos de vez, bem no finalzinho do jogo descobrimos que a tal Amunet que mataria Cleópatra é, na verdade, Aya, a esposa do protagonista Bayek. Durante a trama, ela vira melhor miga de Cleo e logo depois é traída pela famosa governante, o que daria um gosto a mais de vingança a tudo.

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Por sinal, a Aya/Amunet é uma personagem muito foda. Ela tem uma história bem mais interessante de acompanhar do que Bayek, que não chega a ser um protagonista ruim, mas certamente é menos complexo e carismático do que a esposa.

Se matar Cleópatra não rolou na histórica básica Assassin’s Creed Origins, então poderia ser uma deixa a ser explorada na expansão do jogo, certo? O primeiro DLC, “Os Ocultos”, tem a premissa de mostrar os primeiros anos de atividades da recém-formada irmandade dos assassinos. Encaixaria perfeitamente.

Pena que Assassin’s Creed vacilou mais uma vez.

"Os Ocultos" foi lançado em janeiro de 2018 e adiciona uma nova região pra explorar, a península do Sinai (onde fica o monte Sinai, local em que Moisés recebeu os dez mandamentos, segundo o antigo testamento da Bíblia). Mais uma vez no controle de Bayek, a expansão desperdiça o tempo do jogador com uma trama básica que não leva a lugar nenhum, sendo um mais do mesmo do que já jogamos em Origins.

Cleópatra chega até a ser citada algumas vezes por estar se tornando uma governante perigosa para o povo e que precisa ser parada, mas só fica nisso mesmo. Além disso, vemos Amunet se tornar alguém com poder de liderança entre os assassinos, mais do que o próprio Bayek.

Quanto mais eu jogava "Os Ocultos", mais queria estar controlando Amunet ao invés de Bayek, e mais fazia sentido ela ser retratada como uma assassina lendária em Assassin’s Creed II. Só que tudo na expansão soa mais como uma prévia de algo que está prestes a acontecer, mas que, infelizmente, nunca presenciaremos de fato.

Até porque a próxima expansão de Assassin’s Creed Origins, "A Maldição dos Faraós", vai abordar temas mais místicos e sobrenaturais das lendas egípcias, ou seja, não deve amarrar as pontas que ficaram soltas no jogo.

No final, a expansão "Os Ocultos" de Assassin’s Creed Origins se fez de egípcia e ignorou algo que poderia ser uma missão de infiltração incrível pra dar fim à vida da mulher mais importante do mundo antigo.

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