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Hackers de alguns dos maiores ataques da história se declararam culpados

Três homens assumiram a criação e a operação da devastadora botnet Mirai.
Crédito: Shutterstock

Três hackers se declararam culpados pela criação e operação do gigantesco exército de dezenas de milhares de aparelhos zumbis conectados à internet conhecidos como Mirai, a botnet responsável por grandes problemas na rede no ano passado.

Os dois principais, Paras Jha e Josiah White, se declararam culpados de acusações de hacking na semana passada. A documentação veio a público na última quarta-feira. O jornalista especializado em segurança cibernética Brian Krebs, bem como outros pesquisadores do setor, já haviam identificado os dois como possíveis responsáveis pela Mirai no começo do ano.

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Jha se declarou culpado pelo desenvolvimento e implementação do código da Mirai em julho de 2016, antes da botnet ganhar as manchetes mundiais, quando utilizada para atacar o site de Krebs e a empresa de infraestrutura de rede Dyn num ataque de negação de serviço (DDoS) recorde. O ataque à Dyn causou lentidão generalizada na rede ao longo da costa leste dos EUA por algumas horas.

Ele também se declarou culpado pela divulgação do código Mirai na rede sob o pseudônimo “Anna Senpai”. O ato, de acordo com o processo disponibilizado publicamente, tinha como objetivo “criar uma negativa plausível caso as autoridades encontrassem o código em computadores controlados por Jha”. Em outro caso, Jha assumiu a culpa por ataques DDoS em Nova Jérsei, lançados contra a Rutgers University entre novembro de 2014 e setembro de 2016, de acordo com o Departamento de Justiça dos EUA.

White, que utilizava as as alcunhas “lightspeed” e “thegenius”, declarou-se culpado pela criação e operação da Mirai, bem como o desenvolvimento do código para busca na internet por aparelhos vulneráveis de forma a integrarem a botnet.

Tanto Jha quanto White operavam a Mirai, que tinha mais de 300.000 aparelhos, de acordo com dados do processo. O objetivo era lucrar ao extorquir vítimas e também ao alugar a botnet para outros hackers. Os dois, ao lado de outros dois parceiros, também utilizavam a rede para atacar rivais no esquema de DDoS freelancer.

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Os dois hackers estão diante de uma pena de prisão de cinco anos, no máximo.
De início, um porta-voz do Departamento de Justiça se negou a comentar o assunto até que todos os registros viessem a público e me disse via email que haveria uma coletiva de imprensa para tratar do assunto. Posteriormente, o Departamento de Justiça publicou as informações em um press release.

Marshal Webb, chefe de tecnologia da empresa anti-DDoS BackConnect, comentou que há outra pessoa que foi pega em meio a acusações ligadas à botnet: Dalton Norman, conhecido em círculos hacker como “Drake”.

“Bom saber que esses caras finalmente estão sendo responsabilizados pelo que fizeram”, disse Webb em chat online. Ele comentou ainda que sua empresa tem prestado assistência técnica ao FBI ao longo da investigação.

Norman se declarou culpado por ter ajudado em ataques DDoS na semana passada, de acordo com outro documento do processo liberado recentemente. Ele também está diante de uma pena de cinco anos.

O advogado de Jha não quis comentar o assunto até o fechamento desta matéria; já os advogados de White e Norman não responderam até a publicação deste texto.

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