Harley, o cachorro do autor. Crédito: Abby Logsdon
Humanos decodificam a linguagem usando ambos hemisférios do cérebro. Do lado esquerdo, que é o lado que mais domina a linguagem, transformamos sons em palavras e sintaxe. No direito, analisamos coisas como a entonação e inflexão; é lá que o contexto é compreendido. Precisamos de ambas essas regiões para falar e ouvir.A maioria de animais mais evoluídos — qualquer coisa acima de um verme, praticamente — têm cérebros hemisféricos, incluindo os cachorros. O que os cachorros fazem com esses hemisférios já não é tão claro, mas um novo estudo publicado na revista Current Biology descreve uma série de experiências que sugerem que os cachorros lidam com a linguagem de forma semelhante aos humanos.Isso quer dizer que diferente funções da compreensão da linguagem são delegadas à diferentes partes dos cérebros dos cachorros. A revelação não indica que cachorros são gênios não-reconhecidos, mas sim que eles prestam atenção no que está sendo dito e não apenas em como aquilo está sendo dito."Observamos uma propensão ao uso do hemisfério esquerdo em resposta à produção fonêmica", escrevem os autores, e "a entonação e produção relacionada diretamente ao interlocutor produziram uma resposta no hemisfério direito".Isso é muito massa, mas segundo minha própria pesquisa, conduzida com o auxílio do Indivíduo A (na imagem do topo), a diferença da resposta à fala comparada à resposta a outros estímulos não-verbais — o barulho de um saco de biscoitos para cachorro, o som que faço quando coloco meus tênis, o ruído do abridor de lata — é muito grande. Portanto, não acho que o Indivíduo A vá começar a falar tão cedo — o que é bom, porque isso seria muito estranho.Tradução: Ananda Pieratti
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