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Nos Bastidores do Clipe de 'I'm Aquarius', do Metronomy

Uma viagem ao espaço com cenários feitos à mão e gatos. Não tem como dar errado.

Recentemente, o The Creators Project lançou um clipe em que o cósmico se encontra com o místico em "I'm Aquarius", single do último disco do Metronomy, os virtuosos do dance rock, como dizem por aí. A viagem foi feita pelo diretor francês Edouard Salier e produzida pela Somesuch & Co.  em parceria com o The Creators Project.

Apesar do assunto em questão ser de proporções galáxicas (pedimos desculpas pelas piadinhas espaciais), cada cena foi feita na vida real, um aceno às inspirações criativas dos filmes de ficção científica das décadas de 1960 e 1970. A equipe usou adereços feitos à mão, fundos pintados e até mesmo modelos de espaçonaves em miniatura -- à la Alien, o clássico de Ridley Scott -- e misturou tudo com projeção mapeada e modelos 3D para deixar o vídeo tanto no passado quanto no futuro.

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Assista ao documentário dos bastidores do clipe para entrar no universo transcendental e tecnicolor de “I’m Aquarius” acima. E siga em frente para ver fotos dos modelos das naves espaciais, modelos humanas e cenários épicos, e também para ler sobre alguns dos pensamentos do diretor sobre seus ídolos da ficção científica como Jodorowsky e os quadrinhos franceses Métal Hurlant.

“Visualmente, queríamos evitar com que ficasse parecido a um filme do espaço realista”, diz Salier. “Queria fazer algo lento e contemplativo, que se passasse num universo muito colorido e artístico”. Para tal, ele reassistiu ao making of de filmes como2001: Uma Odisseia no Espaço, e revisitou clássicos que aparecem em raras sessões da madrugada ou nos confins da seção de filmes B do Netflix. Apesar do resultado ser impecável, houve um único e pequeno pormenor na produção do clipe: “Os gatos. Filmamos com gatos… e claro que o treinador disse que os gatos poderiam fazer qualquer coisa”, suspira Salier. “Os gatos estavam descontrolados”. Felizmente, Salier conseguiu se safar com criatividade: “Fizemos o treinador se deitar… e ele foi utilizado como uma montanha. E foi assim que conseguimos manter os gatos calmos”.

Em nossa entrevista, Salier menciona Mœbius, Fabrice Giger, Philippe Druillet e outros ícones cult como suas inspirações para o clipe. “É tão difícil encontrar inspiração intocada”, disse. “É tão difícil criar um filme de ficção científica original já que o gênero foi esmiuçado por todos os lados”. E, mesmo assim, ele conseguiu fazer uma bela homenagem surrealista às grandezas astrais de outrora.

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Impulsionando a conexão com a rica história da filmografia sci-fi, a equipe desenvolveu as paisagens espaciais desenhando-as e depois projetando-as num fundo, e então adicionando modelos de espaçonaves, asteróides e outros objetos físicos no cenário. A precisa abordagem emanava “uma textura muito específica à imagem, algo frágil” que soa moderno e elegante, mas propositadamente tosquinho.

Com um passar de olhos na maneira como os cineastas do passado visualizavam um futuro sci-fi, Salier criou algo único e fascinante em um ano com tantos clipes e filmes cheios de efeitos especiais que pesaram a mão no CGI. “Confiamos na mágica de filmar em tempo real”, disse, e o resultado foi um deslumbrante trabalho que certamente ficará na história do cinema de ficção científica.

Assista ao projeto final abaixo, além de fotos dos bastidores. Se não tivéssemos te contado, você nem saberia se “I’m Aquarius” é um clipe do passado, do presente ou do futuro.

Tradução: Mariana Rezende