Os dolorosos apelos de cientistas do clima ao Presidente Trump
Imagem principal por Kathy Crane/NOAA

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alterações climáticas

Os dolorosos apelos de cientistas do clima ao Presidente Trump

Quando questionados sobre o que diriam ao 45º Presidente dos Estados Unidos, estes cientistas não se cansaram de sublinhar "o quão importante é a ciência".

Este artigo foi escrito por Farnia Fekri e originalmente publicado na nossa plataforma Motherboard.

O ambientalista Collin Maessen acaba de publicar um novo vídeo no Youtube, em que entrevista vários cientistas ligados à área do clima, durante o encontro do American Geophysical Union, realizado no Outono de 2016. A pergunta que lhes colocou era simples: se tivessem oportunidade, o que diriam a Donald Trump?

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O resultado é, literalmente, de partir o coração, porque, caso ainda não se tenham apercebido, há muitos cientistas aterrorizados com Trump e com a equipa que nomeou. O vídeo, que inclui testemunhos de sete cientistas de outras tantas universidades, é um misto de apelos desesperados, objecção a agendas políticas que distorcem a verdade e explicações simplificadas sobre a ciência que estuda as alterações climáticas.

"Hoje em dia, nos Estados Unido, o factor número um para alguém acreditar que o clima está a mudar e os seres humanos são os responsáveis, não é tanto o que essa pessoa sabe de ciência, mas mais de que lado do espectro político se encontra", salienta no vídeo a especialista em ciência da atmosfera, Katharine Hayhoe, da Texas Tech University. E acrescenta: "Um termómetro não é Democrata, nem Republicano. Não nos dá uma resposta diferente, consoante aqueles em que votamos".

"Para mim, o cenário de pesadelo é aquele em que a nova administração distorça os dados que estão na base da nossa investigação, enquanto cientistas do clima, ou comprometa a utilização dos satélites que nos ajudam a ver as ameaças futuras", diz, por sua vez, Kim Cobb, da Georgia Tech University.

Peter Gleick, do Pacific Institute e Sarah Myhre, da Universidade de Washington, por outro lado, aproveitam o seu tempo no ecrã simplesmente a repetirem que as alterações climáticas são reais. Já Stephan Lewandowsky (Universidade de Bristol) aproveitou a possibilidade para dizer: "Toda a nossa civilização está assente em ciência".

É neste ponto que nos encontramos.

Quando questionados sobre o que diriam ao senhor Trump, estes cientistas não se cansaram de sublinhar o quão importante é a ciência. Com Donald Trump já a ocupar a cadeira, enquanto 45º Presidente dos Estados Unidos da América, as suas mensagens não poderiam vir numa altura mais crítica.